Sunday, August 8, 2010

POEMA DE FERNANDO PESSOA

Terça-feira, Agosto 10, 2010

PASSOS DA CRUZ -XI
"Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela
E oculta mão colora alguém em mim.
Pus a alma no nexo de perdê-la
E o meu princípio floresceu sem fim.
Que importa o tédio que dentro em mim gela,
E o leve Outono, e as galas, e o marfim,
E a congruência da alma que se vela
Como os sonhados pálios de cetim?
Disperso... E a hora como um leque fecha-se...
Minha alma é um arco tendo ao fundo o mar...
O tédio? A mágoa? A vida? O sonho? Deixa-se...
E, abrindo as asas sobre renovar,
A erma sombra do vôo começado
Ensong sombra ja komersa abua
Pestaneja no campo abandonado...



Partilha de Cultura no Bairro Português de Malaca
Poema enviado pela professora Madalena Canas que lecciona em Portugal, na Escola do Paião.
O poema de Fernando Pessoa foi escolhido por um dos alunos e traduzido para Papia Português de Malaca e Inglês, apenas como tradução.

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